Poeta
e Coisas Desumanas
Sou romântico, mas não pudico.
Isso eu digo com total liberdade
Do meu pensar mais quente não abdico
Não há em mim vestígios de maldade
Desenho sentimentos como palavras
Alugo sem devolver-te a inspiração
Provocador da libido que guarda
No mais íntimo de suas intenções
Brinco com as reações no ar dispersas
Açoite certo com o chicote da língua
Tantos são seus sentimentos que os poetas
São capturados por suas próprias
armadilhas
Doente de emoções morro aos poucos
Em cada verso disposto no papel em branco
Talvez por isso quase tudo que escrevo
Ao esquecer de minha memória eu tranco
Caso queira me definir ao seu sabor
Sou poeta do poetar da acuidade
Sou perverso admirador da dor
E fingidor de felicidades
Talvez só um outro poeta para entender
isso.
Este prazer pela dor que intranquiliza
a
calma
O que muitas vezes possa parecer egoísmo
É amar com profundeza da alma.
Desumano viver num renegar notado
Habitar só num eterno interrogatório
Poetas são eternos apaixonados
Sem amor por si próprios
Jorge Jacinto da Silva Jr.
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